O CEL 

 

La Lecture - Renoir
Centro de Estudos da Leitura – CEL torno-se a sede do Programa de Pesquisa, Ensino e Extensão Estação da Leitura – Estale em 2005. O Estação da Leitura, por sua vez, nasceu como projeto de pesquisa e extensão do Labora DCHL/UESB, em 1991. Nessa ocasião, foram lançados, em terreno fértil, as primeiras sementes de um desejo: colocar à prova nossas próprias teorias sobre leitura e prazer no espaço escolar. O que germinou daí teve um alcance jamais imaginado de início, quando as primeiras letras do projeto se desenharam numa folha de papel, povoando-a de sonhos e de loucura. Como que no aconchego de uma estufa de idéias e sentimentos, brotaram, em viço e vida, oficinas, palestras, participação em congressos, publicações, monografias, vídeos, e o mais importante, o depoimento das crianças envolvidas no trabalho, falando de uma substancial mudança de atitude em relação ao ato de ler, em relação ao saber e em relação a si mesmas...

Parei de ser tímida.
Desenvolveu muitas coisas na minha cabeça.
A gente se divertiu muito lendo livros.
Trazia mais educação aos alunos e alegria.
Nós nos sentimos livres e felizes
.

Essas foram algumas das frases de alunos da 4ª e 5ª séries ao final da pesquisa participante desenvolvida pelo Estação da Leitura em escolas públicas e particulares de Jequié/BA, em 1992.

Nesse primeiro momento, as atividades do projeto se realizaram em duas escolas, em três fases, isto é, estações:

• a Estação da Leitura: onde se exercitava a imaginação e a emoção, numa viagem lúdica pelo universo da literatura. Através de um material alternativo – textos retirados de livros didáticos velhos e livros emprestados – os alunos faziam suas incursões pelos textos expostos numa sala sem carteiras. Nesses encontros, as crianças liam em pé, deitadas sobre tapetes ou esteiras. Em grupo ou sozinhas, todos queriam, desejavam ler... todos liam...

• a Estação da Interpretação: onde alunos e professores mostravam ao grupo o que viram pela janela da imaginação: uns declamavam, outros liam com sotaques 
de diferentes regiões do país um mesmo texto, uns dramatizavam com fantasias, outros com fantoches. Às vezes, o texto era colocado em debate. Outras, era apenas apreciado. Tudo acontecia segundo a verdade dos desejos de cada um. 

• a Estação da Produção de Material de Leitura: quando as crianças estudavam a forma do livro em todos os seus detalhes e produziam antologias poéticas, de contos, fábulas etc., fazendo a capa, folha de rosto, sumário, referências, ilustrações e tudo o mais que se sentiam no direito de fazer como organizadores de uma Antologia. Tudo isso se encontra registrado em vídeos, fotografias e textos escritos sobre o Projeto. 

Hoje, o Estação da Leitura, é um programa de Pesquisa, Ensino e Extensão, desenvolvido no Centro de Estudos da Leitura, envolvendo grupos de trabalho, a exemplo do GPEL – Grupo de Pesquisa e Extensão em Lobato; o Projeto Leitura de Imagens e o GETED – Grupo de Estudos em Teorias do discurso. No que se refere à pesquisa, os trabalhos estão se desenvolvendo em cinco linhas: Memórias de Leitura; Didática de Leitura; Representações e Imagens da Leitura; Teorias do discursos e Produção de Gêneros.O Estale, trabalha no sentido de integrar, numa mesma esfera de ação, as atividades acadêmicas de ensino, pesquisa, extensão e publicações... Seu intento é deixar florescer práticas vivas e dialógicas, onde o conteúdo de uma aula possa se somar a uma linha de pesquisa que venha a se dividir em extensão à comunidade acadêmica na execução de suas atividades; buscar parcerias com outras entidades científicas e culturais e procurar o caminho da autogestão.

Seus planos, a médio e longo prazo, são:

- a criação de uma “Associação de Estudos da Leitura na Bahia”;
- a criação de um “Mestrado em Leitura”;
- a publicação de trabalhos relevantes na área, produzidos por estudantes e professores; 
- a coleta das memórias de leitura dos habitantes da microrregião de Jequié 
para estudos. 
- reformas na sede do Centro de Estudos da Leitura.

Tudo isso, com certeza, dá ao “Estação da Leitura” o status de um programa permanente e gerador de grupos de estudos e de projetos que poderão, e muito, dinamizar, redimensionar a vida universitária no âmbito das áreas de atuação do Departamento de Ciências Humanas e Letras junto à comunidade em geral. Esta é, talvez, sua principal razão de ser...